terça-feira, 19 de julho de 2011

EU SOU O QUE SOU?

O nome é a palavra que designa a pessoa e leva consigo todas as acepções, boas ou más, que servem como referência em meio à sociedade e remetem à pessoa que dele é portador. Os antigos hebreus, como muitos outros povos, creem que os nomes têm poderes misteriosos e, portanto, raramente pronunciam "Yahweh", o nome pessoal do seu Deus.
Na passagem bíblica narrada em Êxodo 3, temos uma exposição importante, mais confusa para muitos leigos. Para interpretá-la é necessário utilizar os recursos da hermenêutica em suas diversas aplicações, principalmente a histórica, sistemática e axiológica.
Passa-se o seguinte na narrativa: Moisés apascentava o rebanho de seu sogro, depara-se com uma planta inconsumível em chamas e ouve Deus lhe comissionar libertador dos Hebreus. Moisés questiona como dizer aos escravos o nome de quem lhe enviara e Deus lhe diz:”EU SOU O QUE SOU. Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós”.
Para a inteligência desta passagem, é necessário observar o papel conferido ao soberano do Egito que, talvez por influência da regularidade nas manifestações naturais, especialmente das águas do Nilo, e a criação de um rito de imortalidade a ser cumprido pelo faraó, consagrou-se, no Egito, a concepção de que o monarca não era um simples representante divino na terra. Ele era o próprio deus. Isto trata-se do fenômeno intitulado teofania, apesar de imprópria para muitos.
Para o Egito, o rio Nilo representava a principal fonte de renda, pois fornecia elementos importantes para o plantio e transporte das mercadorias e demais riquezas. Além de meio para aquisição de madeira, principalmente da Fenícia, bem como a venda de minerais, como o ouro, ametista e granito para construções, por exemplo.
Com estas informações, temos fundamentos para mencionar que quando Deus ordenou que respondesse a Faraó: “EU SOU me enviou a vós”, Ele dizia a Faraó, que não era este o Deus, mais o que havia enviado a Moisés O era. Ou seja, Faraó que dizia-se a encarnação de Deus, e agia como se O fosse, escravizando, destruindo vidas e gerindo sem limitações, naquele momento era confrontado com o Verdadeiro Deus que lhe envergonharia como charlatão diante de todo o povo do Egito e dos povos circunvizinhos.
Em outro prisma, para a pergunta “Qual é o seu nome?” feita por Moisés, e com a resposta, “EU SOU O QUE SOU”, podemos entender que O Senhor não pode ser definido, ou determinado, a não ser por si mesmo, e o Libertador previu uma pergunta que também era a dele, pois o mesmo não tinha resposta que estivesse à altura de expressar e fazer com que entendessem a grandeza de Deus. Moisés visava reduzir a grandeza de Deus ao vernáculo daquele povo e o próprio Deus lhe disse que a melhor resposta seria dizer que Deus era aquele que não podia se resumir a referenciais humanos, mais transcendia além das palavras.
Diante do exposto, interpretamos a narrativa também no prisma que Deus objetivava tornar-se conhecido pelo que Ele é, não somente pelos nomes que antes havia servido-se, tais como Jave e Senhor, assim, pelo seu poder, que consequentemente faria dos escravos, um povo liberto que serviria na condição de sacerdotes através dos quais, todas as famílias da terra seriam abençoadas, e também o Senhor seria lembrado pelo que Ele é.

Um comentário:

  1. Sempre com postagens interessantes e nos remete à pensar mais sobre a vida e nossas atitudes!!
    Aguardo visita lá em http://penseoamanha.blogspot.com
    abraços

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