Esta postagem trata especificamente acerca do caráter natural da narrativa bíblica que é inadequadamente mistificada por muitos líderes religiosos e outros interessados.
O texto bíblico que se encontra nos livro de Gênesis, no capítulo 30, versículos 27 a 43, trata da história acerca do enriquecimento de Jacó na casa de seu tio, ocasião na qual Jacó ficaria com todos os filhotes de cor escura como pagamento pelo trabalho e seu tio Labão ficaria com todos os filhotes brancos. Acontece que Labão separou todos os animais negros e os levou para longe, imaginando que os filhotes seriam brancos, haja vista pais brancos.
Esta história está diretamente relacionada com genética, que é a ciência da hereditariedade. Em outras palavras, genética é o ramo da biologia que estuda o mecanismo de transmissão dos caracteres de uma espécie, passando-os de uma geração para outra e permite a existência de certas leis de probabilidade.
Segundo as Leis de Mendel o caráter tem aspectos dominantes e recessivos que dependem dos genes que são transmitidos aos descendentes através dos gametas.
Assim, para que o fenótipo, ou seja, a aparência dos filhotes se manifestasse favoravelmente a Jacó, continuaram em prática as leis da probabilidade genética. Ou seja, independeu dos gravetos postos por Jacó diante dos animais e independeu de qualquer manifestação sobrenatural.
Diante dos conceitos do ensino fundamental podemos chegar às probabilidades acerca da prosperidade de Jacó. Isto tem a ver com genes dominantes e recessivos, homozigotos (AA) e heterozigotos (Aa). Diante do exposto há duas hipóteses mais óbvias.
Considerando que Labão retirou todos os animais escuros, os animais brancos necessariamente teriam genes heterozigóticos, pois só assim seriam brancos e gerariam tanto animais brancos, quanto escuros. O resultado não é absoluto, pois há a possibilidade de entre o rebanho haver animais homozigóticos para branco, o que faria variar as estatísticas.
Uma possibilidade é que seriam dominantes para filhotes brancos Aa x Aa. Haveria então uma herança dominante: 3/4 de chance de gerar um filhote dominante branco, AA, Aa, aA, e 1/4 de gerar filhotes escuros, aa, ou seja, a probabilidade que os animais fossem favoráveis a Jacó era de 25%.
Uma outra hipótese é que os genes dominantes fossem para escuros, aí teríamos um problema, pois, o animal que tivesse o gene dominante escuro, logicamente seria escuro na seguinte situação AA, Aa, aA, ou seja, todos estes seriam escuros então. Assim, Labão os teria descartado e enviado para longe, sobrariam somente os homozigóticos aa, ou seja, animais brancos que não geraria crias escuras em hipótese nenhuma.
Predomina assim a primeira hipótese, qual seja, animais heterozigóticos com genes dominantes para branco, Aa e Aa, o que se agravaria, pois em meio ao rebanho, logicamente haveria a possibilidade de existirem animais homozigóticos para branco, o que ainda diminuiria mais as probabilidades favoráveis para Jacó, e não seriam mais os 25%, pois se levada esta em consideração, reduziria, sendo no máximo 25% de probabilidades favoráveis ao obreiro.
Diante do exposto, é adequado ponderar que as leis naturais explicam as probabilidades da sorte de Jacó, e que, se em alguma hipótese houve manifestação sobrenatural na história bíblica analisada, fica a cargo do leitor julgar ser sobrenatural ou não, pois houve uma prosperidade exponencial de Jacó advinda da prole do rebanho, mesmo sua sorte maior sendo apenas de 25% a seu favor e mesmo assim ele enriqueceu-se conforme o versículo 43 do texto.